sábado, 23 de julho de 2011

Verdades.

- Eu não vou machucar você.
Traduzindo: Eu aposto meu braço direito como eu vou magoar você em menos de uma semana, vou me desculpar, você vai aceitar e dias depois vou magoá-la de novo.
- Eu sei que não vai, eu confio em você.
Traduzindo: Eu não acredito em um terço dessas palavras. Já as ouvi antes e a consequência doeu dez vezes mais que um soco no estômago.
- Eu te amo.
Traduzindo: Eu te amo.
- Eu também amo você.
Traduzindo: Eu também amo você.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Minha fé desmoronava a cada batida do meu coração. Todos os dias eu pegava pedaço por pedaço e tentava, sem sucesso, fazê-la tomar alguma outra forma que não fosse uma desgraça fragmentada em centenas de pequenos feixes sem luz.
O que eu me esforçava para (quase) construir, o mundo, com sua crueldade enlouquecida, destruía em segundos.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Respirando palavras.

Sinto minha pele formigando. Meu peito apertando. Minha alma inflando.
Palavras me preenchem, misturando-se ao meu sangue.
Querem sair, correr até meus dedos e se eternizarem em algo palpável. Querem mostrar-se ao mundo, gritar em silêncio.
Mas algo as impede. Talvez essa maldita bola de insegurança presa em minha garganta.
Tento puxar o ar. Mas só o que vem são mais e mais palavras aleatórias e frases inacabadas.
Músculos, ossos, pele e sangue. E palavras. Milhares delas.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Sem futuro.

Não há futuro para você
Não há futuro para mim
Não há futuro para o papa
Muito menos há futuro para o presidente

Não há futuro para o mendigo passando frio na calçada
Não há futuro para o cachorro fuçando o lixo
Não há futuro para o carteiro, médico, padeiro, advogado ou lixeiro

Não há futuro para a rainha da Inglaterra
Nem para toda aquela realeza avarenta e mesquinha
Não há futuro

Tudo que existe é o presente
Um presente embrulhado num papel dourado e brilhante
Amarrado por uma fita vermelha, formando um bem desenhado laço

Um belo e grandioso presente...

Que a qualquer hora, pode se tornar uma bomba
E explodir bem aí, nessa sua cara mal lavada.